Acervo da Freguesia de Olalhas

O património histórico-cultural é um bem precioso, uma herança da humanidade e um espaço privilegiado de memória histórica.
“Heranças dos nossos antepassados, que não podemos renegar sob pena de nos perdermos, elas constituem ainda e sobretudo, as raízes da nossa civilização antiquíssima, da nossa personalidade coletiva. E sabemos que nenhum povo sobrevive sem a consciência da sua cultura nacional própria.”

In “TESOUROS ARTÍSTICOS DE PORTUGAL”, obra coletiva, Cord. Prof. Dr. J. A. Ferreira de Almeida, Seleções do Reader`s Digest,1980

Bem-vindos ao Acervo da Freguesia de Olalhas

“Ainda o Homem lascava as pedras [Paleolítico] para os seus machados, e preparava as suas facas e pontas de flechas com seguras e hábeis pancadas, e já triturava e moía raízes, frutos e grãos silvestres que ajudavam a sua magra alimentação.

Os aparelhos com que fazia essa moagem rudimentar não eram certamente numerosos, pois também os grupos eram, nesses tempos, escassos e pequenos. O seu número, porém, aumentou no momento em que começou ele próprio a semear os grãos.

Nunca terá passado pela sua rude cabeça que realizava então, com a descoberta da agricultura, a primeira revolução económica da história humana, e iniciava verdadeiramente a vitoriosa proliferação da nossa espécie.”


– GALHANO Fernando
, Moinhos e Azenhas de Portugal, Lisboa
(Associação Portuguesa dos Amigos dos moinhos) Secretaria de Estado da Cultura, 1978

Breve Abordagem Histórica: Referência a Moinhos e Azenhas movidos a água

Associados a diversas atividades primárias os moinhos são uma demonstração clara da simbiose entre o aproveitamento das águas, a natureza e a economia rural local. O relevo acidentado, os declives elevados e os vales fluviais, favoreciam o aumento da velocidade do escoamento das águas, fatores fundamentais no aproveitamento hidráulico por parte dos moinhos de água nas ribeiras e das azenhas no rio.

Tempo de Mudança e Degradação

Em tempo de mudanças e transformações, de referir o aspeto demográfico pela sua grande importância – o  êxodo rural verificado a partir de 1920, “A cidade de Lisboa é o grande polo de atracção das massas populacionais em êxodo rural.” ALBERTO ALARCÃO (1964)*, com um impacto extraordinário e agravado já na década de 50, que de uma forma gradativa, foi ocasionando uma fuga rural, fazendo deslocar desta região mão de obra para a construção e  para outras áreas em desenvolvimento, sobretudo para a grande Lisboa, mas também para fora o país; França e Suíça, locais que de uma forma geral e apelativa faziam aspirar a novas condições de vida.

Onde fica?

O Acervo da Freguesia de Olalhas situa-se na antiga Escola Primária de Alqueidão na freguesia de Olalhas.

Como chegar?

Contributos

Jorge Rosa, ex-Presidente da Junta de Freguesia de Olalhas e promotor do projeto Acervo da Freguesia

José Acto Lopes, descendente de José Lopes
Autor de testemunhos

José Lopes com o sobrinho David Canha

José Lopes e sua esposa Damiana Jesus Soeiro, descamisando o milho com o neto Luis Correia

Maria de Fátima Lopes Correia de Carvalho Branquinho
Neta de José Lopes – Autora do trabalho de pesquisa apresentado, Licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Maria de Jesus Lopes
Descendente de José Lopes – Autora de testemunhos

Testemunhos

Baseado em testemunhos orais de descendentes diretos de José Lopes.

“O propósito principal ao iniciar este capítulo era conseguir abordar um tema familiar, num contexto histórico-social à época, com a maior responsabilidade e objetividade possível. Esse trabalho exigiu como é natural, um cuidado acrescido na apresentação da análise testemunhal recolhida com o rigor metodológico que lhe são devidos. São testemunhos de dois dos seus descendentes ainda vivos, Maria de Jesus Lopes e José Acto Lopes, e no fundo, uma fonte fidedigna para expor sobre a atividade social e económica moageira desta família, inserida na Freguesia de Olalhas.”
Maria de Fátima Lopes Correia de Carvalho Branquinho

Bibliografia

ALARCAO, Alberto, Êxodo rural e atração urbana no Continente, “Revista ANÁLISE SOCIAL”, Lisboa,1964.

DIAS, Jorge, Moagem Tradicional, “Dicionário da História de Portugal”, Joel Serrão (org.), Dicionário da História de Portugal, Vol. III, Lisboa,1993.

FERREIRA DE ALMEIDA, José António, “TESOUROS ARTÍSTICOS DE PORTUGAL”, (Cord.), Seleções do Reader`s Digest,1980.

GALHANO Fernando, Moinhos e Azenhas de Portugal, Lisboa (Associação Portuguesa dos Amigos dos moinhos) Secretaria de Estado da Cultura,1978.

OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, GALHANO, Fernando e PEREIRA, Benjamim, Tecnologia Tradicional Portuguesa. SISTEMAS DE MOAGEM, Lisboa,1983.

SILVA COSTA, Francisco, O papel dos moinhos no aproveitamento hidráulico das águas publicas do rio Ave. Um contributo na perspectiva do património ligado à água, “Colóquio Ibérico de Estudos Rurais”, Coimbra, outubro 23-25,2008.

Fotografias extraídas de publicações:
NOTA: foram sempre referenciadas a sua origem, no final de cada conteúdo temático, na sua maioria oriundas das seguintes obras indicadas;
GALHANO Fernando, Moinhos e Azenhas de Portugal, Lisboa (Associação Portuguesa dos Amigos dos moinhos) Secretaria de Estado da Cultura,1978.
OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, GALHANO, Fernando e PEREIRA, Benjamim, Tecnologia Tradicional Portuguesa. SISTEMAS DE MOAGEM, Lisboa,1983.

Fotografias de Autoria:
Fotos da Família Lopes amavelmente cedidas pelos próprios familiares.

Fotografias extraídas da Web:
Foto legendada com “Obras de construção da Barragem de Castelo do Bode”.